O projeto cofundado pelo dono do ChatGPT escaneia a íris de pessoas em troca de uma criptomoeda e é alvo de investigações em vários países
O projeto que escaneia os olhos das pessoas cofundado por Sam Altman, CEO da OpenAI, dona do ChatGPT, mal chegou ao Brasil e já teve um contratempo. No mesmo dia em que a iniciativa desembarcou no país, a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) abriu um processo de fiscalização contra ela.
Inicialmente fundada com o nome de Worldcoin, o projeto passou a se chamar World recentemente. Ele já funciona em diversos outros países, mas coleciona polêmicas em quase todos eles.
World precisará dar maiores explicações
Nesta quarta-feira (13), o projeto começou a escanear as íris de brasileiros interessados em dez pontos da capital paulista. A World afirma que os endereços ficarão disponíveis em seu site e que estarão espalhados em alguns shoppings e outros pontos da cidade.
A participação é gratuita e ainda não há prazo para ampliação do serviço para outras regiões do Brasil. A ideia é auxiliar na distinção entre humanos e robôs criados por inteligência artificial. Entre as possíveis aplicações da tecnologia está a prevenção de perfis falsos em sites e redes sociais, por exemplo.
No entanto, a ANPD quer mais detalhes sobre como vai funcionar este projeto. O objetivo é entender se a atuação da World está em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). Nesta terça-feira (12), a equipe de fiscalização do órgão se reuniu com representantes da iniciativa para esclarecer dúvidas e entregar o documento que formaliza o pedido de explicações adicionais.
Em nota, a World afirmou que está à disposição das autoridades brasileiras e que preza pela transparência. O projeto também disse que busca cumprir todas as leis e regulamentações relacionadas ao processamento de dados pessoais nos mercados onde opera.
Um projeto polêmico
- A então Worldcoin foi lançada em julho do ano passado e realiza o escaneamento da íris de pessoas em troca de uma recompensa em WLD, a criptomoeda do projeto.
- Segundo a própria World, o objetivo é “ajudar a distinguir interações humanas reais e interações baseadas em IA, aumentar o acesso à economia digital global e a proteger a privacidade online”.
- O sistema também permitiria, entre outras coisas, que os usuários provem online que são humanos, principalmente em um mundo futuro dominado pela inteligência artificial.
- No entanto, a companhia está sendo alvo de investigações em diversos países do mundo.
- A principal preocupação é que ela não esteja respeitando as “medidas de segurança adotadas no âmbito da proteção da privacidade dos usuários”.
- Autoridades do Reino Unido, da Alemanha, da França, de Portugal e da Espanha chegaram a investigar a forma como o projeto obtém, armazena e processa os dados biométricos obtidos.
- Já no Quênia, o governo do país africano ordenou o fim da coleta de dados da World.
- O projeto Sam Altman garante que não há nenhuma irregularidade.
- A companhia ainda destacou ao Olhar Digital que pretende retomar as operações no país africano em breve.
- Segundo a World, “os serviços de verificação foram inicialmente interrompidos por precaução e num esforço para mitigar o volume de pessoas, enquanto se trabalhava com as autoridades locais para aumentar a compreensão do protocolo”.
(DA REDAÇÃO \\ Guto Gutemberg)
(INF.\FONTE: Alessandro Di Lorenzo \\ Olhar Digital)
(FT.\CRÉD.: Sergey Nivens/Shutterstock \\ Divulgação)